top of page

Devaneios sobre o poder

Foto do escritor: Alexsandro Alves de AraujoAlexsandro Alves de Araujo

Atualizado: 24 de fev.

Alexsandro Alves


Segundo Michel Foucault, o poder não atua unicamente de forma vertical, de cima para baixo, ele tem uma certa capilaridade a qual o autor descreve como uma força que tem o poder de exercer influência em todas as direções e sentidos. A predominância do poder ou de uma força sobre outra depende de qual é mais eficaz em um determinado momento. Por exemplo, um ímã pode puxar um pedaço de metal para cima, enquanto a gravidade o empurra para baixo; o resultado depende da intensidade das forças envolvidas. Assim é o poder sob a perspectiva do autor!

Slide para aula de sociologia poder

Para Foucault, o objetivo do poder é controlar os corpos, tornando-os dóceis e obedientes. Um exemplo cotidiano disso é como um simples olhar pode constranger e alterar o comportamento de alguém.

Pierre Bourdieu, outro autor importante, fala sobre a teoria do campo, que é o espaço social onde regras e relações de poder se estabelecem.

Para permanecer no campo, é preciso conhecer e dispor do capital necessário para atuar livremente, alem de respeitar essas regras, como ocorre em um campo de futebol, onde qualquer desvio de conduta é passível de punição. Ele também introduz os diferentes tipos de capital — econômico, social, cultural e simbólico —, que podem ser convertidos em poder dentro desses campos. Esses capitais influenciam decisões e comportamentos de maneira cultural, social, política e econômica. Um exemplo é a moda, que atua como força cultural: mesmo acreditando em sua liberdade de escolha, o indivíduo evita usar certas roupas para não ser ridicularizado pelo grupo.

Slide para aula de sociologia estigma

Manuel Castells e Mark Granovetter contribuem para entender o poder na formação de grupos, como as redes sociais não digitais. Castells aponta que certos indivíduos, os "nós centrais", acumulam poder ao controlar informações e influenciar decisões, enquanto marginalizam outras vozes. Esses indivíduos geralmente possuem altos capitais simbólicos, como experiência ou status, que reforçam sua posição de poder.

Já o poder coercitivo, descrito por Lebrun, age sobre a dependência e vulnerabilidade dos indivíduos. Esse poder não precisa de força física; pode operar por meio de chantagens emocionais, como ocorre em relações pessoais ou por meio do prestigio de uma pessoa considerada importante.

O poder paralelo, por sua vez, desafia a legitimidade das instituições políticas e jurídicas, surgindo como resposta à falta de representatividade nas estruturas formais.

Slide para aula de sociologia estigma

Elton Mayo, em sua teoria das relações humanas, reforça que os grupos têm grande influência dentro das empresas, determinando ritmos e comportamentos. Qualquer desvio das normas grupais pode levar à punição ou exclusão, o que revela como o poder se manifesta até nos menores detalhes das interações sociais.

Estudar sociologia nos faz perceber que, embora os fenômenos de poder se reinventem, as lógicas de dominação permanecem. O poder está presente em todas as relações sociais, sejam elas públicas ou privadas. Ter consciência disso não nos torna imunes às suas implicações, mas nos ajuda a compreender e lidar melhor com as dinâmicas sociais. Afinal, empresas e instituições são compostas por pessoas, e é nelas que o poder se manifesta em sua essência.

 
 
 

Comments


bottom of page